O acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico se caracteriza por alterações circulatórias.
O AVC pode ser hemorrágico, ou seja, ocorre quando um vaso intra cerebral rompe e há um derramamento de sangue para dentro do cérebro. Já o AVC isquêmico acontece quando um vaso oclui, levando à falta de sangue a um território encefálico específico.
O AVC hemorrágico acontece em aproximadamente 15% dos casos, sendo os outros 85% de acidentes vasculares isquêmicos.
O AVC é a 2ª causa de morte em todo o mundo. No Brasil é responsável por 170.000 internações na rede pública por ano, sendo que 17% destes pacientes vão a óbito.
Dentre os AVC isquêmicos, 20% são causados por alterações nas artérias carótidas.
As artérias carótidas são os vasos que levam suprimento sanguíneo ao nosso cérebro, juntamente com as artérias vertebrais. Estão localizadas uma de cada lado do pescoço, e podem ser palpadas com facilidade.
A partir dos 50 anos de idade, a aterosclerose pode causar estreitamento destes vasos, e quando esta estenose ultrapassa 70%, há risco de acidente vascular cerebral por isquemia, ou falta de sangue no cérebro. Este acidente vascular, pode ser suave e temporário, com boa recuperação, ou mais severo, com sequelas graves e duradouras. Isto acontece quando um coágulo se forma no ponto do estreitamento do vaso e migra em direção ao cérebro, ocluindo um vaso e levando a isquemia, ou quando a carótida oclui completamente.
Dentre os sintomas mais frequentes estão a disartria, que é a dificuldade de articular palavras (língua enrolada), hemiparesia que é a dificuldade ou mesmo impossibilidade de movimentação de braço e perna do mesmo lado, desmaios e alterações visuais.
Os fatores de risco para a aterosclerose, além da idade incluem hipertensão arterial, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo e níveis altos de colesterol e triglicérides.
O diagnóstico baseia-se no exame físico e no Doppler ultrassom, e quando necessário exames angiográficos por tomografia computadorizada.
Quando a estenose atinge ou ultrapassa 70%, é indicado tratamento corretivo, que pode ser por cirurgia para remocão das placas que causam o estreitamento (endarterectomia de carótida), ou por colocação de “stent” que é uma espécie de mola que se expande alargando novamente o vaso (técnica endovascular). Os resultados destas cirurgias é muito bom, sendo que as complicações são raras, atingindo em média de 1 a 2% dos pacientes operados.